Intervenções de Arte
Pública da responsabilidade da Câmara Municipal de Nazaré: Escultura
vulgarmente conhecida pelo “Veado” e mural da “Onda” na ladeira do Sítio.
A CDU - Nazaré releva a
importância das intervenções de arte pública onde quer que elas existam e
acentua a necessidade da construção de novas consciências e percepções
estéticas através deste tipo de manifestações artísticas. A comprovar a marcada
importância que a cultura, e as artes em geral, têm para os municípios da CDU,
estão os vastos programas culturais e as inúmeras manifestações de arte pública
que povoam as autarquias onde somos governo.
Na Nazaré sempre nos
debatemos pela promoção da cultura como eixo central da necessária alteração da
forma como todos vemos o mundo. Pois nada tem sentido único, e é dever do
estado central e local criar condições para a fruição da cultura de forma
acessível e democrática. E não há forma mais democrática e menos mercantil que
as manifestações de arte pública – não estando encerrada nos espaços ditos “das
artes e das elites artísticas”, está disponível a todos e está colocada à
avaliação geral, formando assim novos trilhos de sentido estético e crítico
sobre a realidade observada. Este tipo de intervenções na Nazaré só pecam por
tardias!
No entanto, e apesar da
fulcral importância que damos à cultura e sem parametrizar critérios de
avaliação conceptual ou técnica das obras em causa, apraz-nos dizer o seguinte:
·
Os responsáveis do executivo municipal continuam com a arrogância do
costume sem ouvir as forças locais, designadamente as associações culturais e
artísticas ou de defesa do património local, visto que as intervenções em causa
estão enquadradas nestas áreas;
·
Dizem pautar-se pela promoção dos recursos endógenos, materiais e
humanos, no entanto não contam de forma nenhuma com artistas locais para pensar
e intervir sobre o território;
·
Vitimizam-se até à “náusea” com a questão da dívida. Segundo o
executivo, foram gastos mais de 6700 euros só nas questões logísticas,
relativamente à escultura do “Veado”. Não poderia a peça ser desenvolvida
localmente? Será aquele o local mais adequado para a colocar? Não haverá outras
prioridades para aquela zona, dada a relevância e afluência de público que
aquele local actualmente comporta?
·
Em relação ao mural da “Onda”:
Foi feito um estudo de cor e de impacto na paisagem? Uma imensa mancha azul
numa envolvente verde é aceitável quando há intervenção directa na paisagem? A
qualidade das intervenções na paisagem medem-se pela forma como estas se diluem
na mesma ou assumem o seu prolongamento, nunca algo que signifique um apêndice,
um abcesso ou um ser estranho com difícil integração. Quais as verbas
envolvidas nesta intervenção? Continuamos a exigir total transparência!
Com
um comportamento a vários níveis autoritário, com contornos despóticos e
antidemocráticos, não podemos esperar outra coisa senão cenários muito
complicados num futuro próximo para todos os nossos munícipes. Não basta lavar
a cara de qualquer forma!
É
necessária e urgente a construção de novas formas de inclusão e de criação de
mecanismos colectivos de participação para que outra realidade seja possível
neste concelho.
Nazaré, 01 de Janeiro de 2017
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