Nesta sessão, estiveram
cerca de 30 pessoas, algumas delas, empresários do sector da hotelaria e
restauração que ao longo do período de debate colocaram várias e pertinentes
questões sobre a realidade actual do sector e fundamentalmente, lamentaram o
terrível período que por ora estão a atravessar, relativamente à insuportável
carga fiscal e estado geral da economia.
A mesa foi composta por
representantes políticos da CDU/PCP: António Caria (deputado municipal na Nazaré),
Agostinho Lopes (deputado da Assembleia da República) e João Delgado (DORLEI).
A representar o sector, em debate estiveram Miguel Sousinha (Hoteleiro) e
António José Hilário (ACISN).
Desta sessão, saiu
reforçada a noção do peso enorme deste sector para a economia nacional e,
fundamentalmente, as enormes dificuldades que todos os profissionais e
empresários atravessam.
Pelos dados avançados por
Agostinho Lopes, estima-se que existam neste sector cerca de 90 a 100 mil
empresas, as quais, na sua esmagadora maioria são micro e pequenas empresas de
caracter familiar, e que delas dependem cerca de 300 mil postos de trabalho. O
que representa um dos principais colectores de impostos do estado. Referiu
ainda, que, 45% do consumo do turismo direcciona-se à restauração.
O deputado do PCP apontou
os seguintes factores que causaram a situação actual neste sector:
• A questão central da subida do IVA para 23%;
• A falta de liquidez das famílias portuguesas, visto que, a
maioria destas empresas vive para o mercado interno;
• O custo da água;
• Os custos da energia: gás natural, electricidade, etc.;
• Ausência de linhas de crédito para apoiar o sector;
• Alerta, para o grande problema que vai acontecer com a
obrigatoriedade da facturação em formato electrónico sem atender à
especificidade de cada sector.
Todas estas questões
conduzirão ao seguinte, segundo Agostinho Lopes:
• Estão em causa mais de 90 mil postos de trabalho directos;
• Vários milhões de euros de contribuições que deixam de
entrar nos cofres do estado;
• Graves prejuízos para toda a economia local e regional,
fundamentalmente para a produção de produtos agro-alimentares.
Razões que conduziram até
esta situação:
• Incapacidade dos governos em apoiarem os mais variados sectores
da nossa economia,
• A declarada intenção da actual maioria governamental em
aprovar este tipo de medidas de destruição do sector;
• Ausência de estratégia para o País.
Formas de sair desta
situação:
• A imprescindível mobilização, organização e luta dos
empresários e trabalhadores do sector;
• Reivindicar colectivamente outras medidas para o futuro sector;
• Apoiar politicamente quem defende e apresenta outras
propostas, com vista à dinamização e restruturação deste sector.
Finaliza responsabilizando
quem efectivamente conduziu e aprovou na Assembleia da República estas medidas
de desastre (PSD, CDS e PS) e que nem todos podem ser metidos no mesmo saco,
dado que, existem partidos que apresentaram propostas contrárias, às que
conduziram à actual situação, e foram chumbadas pela maioria.
O representante da ACISN, António
Hilário revelou dados preocupantes relativamente aos seus associados,
denunciando que, só em 2012, encerraram 21 unidades num universo de 400
associados e que se verificam quebras na ordem dos 70% da facturação em muitas
empresas.
Miguel Sousinha, por seu
turno, também enumerou as várias dificuldades que o seu sector atravessa, por
via da elevada carga fiscal e com a subida generalizada dos custos de produção.
Não augura nada de bom para o sector nos próximos anos e que se não existir uma
mobilização geral de todos quantos dependem do sector, nada se poderá alterar.
Aponta a grave situação em Espanha como um desastre para o turismo em Portugal
e que muitas empresas que dependem directamente da hotelaria e da restauração
também irão fechar devido à grave crise que se atravessa.
Nazaré, 17 de
Dezembro de 2012
O
Grupo de Trabalho da CDU da Nazaré
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